domingo, 20 de junho de 2010

reflexão...


Sem Nome




Tenho marcado encontros com a vida e não consigo chegar. Parece que existe um atraso inerente ou aderente à minha pele, à minha alma estabelecendo desculpas e descasos com essa questão. Fico estarrecida e muda diante de tons dissonantes que sempre rondaram todos os meus ouvidos. Sim, todos os meus ouvidos. Tenho vários órgãos para cada sentido. E vários sentidos para cada órgão. As esquinas do meu corpo estremecem a cada nitidez desses sentidos. Nesses momentos vejo que não estou só: me habitam tantos seres e eu teimo em me simplificar. Não sou simples nem abstrata. Sou um caos, a desorganização, sou toda manchada de cores e brancos e pretos e cinzas. Sou condenada a não chegar perto desse vendaval. Parece que me arrasto pelas frestas mal iluminadas do meu avesso e não consigo sair do lugar. Preciso de passos mais largos ao invés de dar voltas sobre mim mesma, na mesmice, na repetição, na invalidez da alma. Torço e retorço meu coração e continuo com o sangue enlatado sem jorrar pela vida...

Estou me sentindo um ponto que nem é ponto porque não significa, não consegue significar nem um ponto qualquer nessa lacuna, nesse vazio, nesse sei lá o quê... Preciso encontrar a vida. Urgentemente!

Um comentário:

  1. Não deixe que sua vida se transforme num quadro em tom gris.....Dê vida, não pense no meu Lugar-Quadro(conto) e coloque colorido nos seus dias. Vc é mulher solar!

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