sábado, 12 de junho de 2010

Um texto de 2007


Percebo a vida de forma estranha. Meus passos ecoam no mundo e me trazem de volta, como um eco, palavras que ficaram lá atrás. Sonhos decapitados. Desejos mutilados. Sinto uma imensa tristeza ao perceber que meu mundo esteve caído e muito pálido. Me sinto só. Não lamento. Não há mais o que lamentar. Meu tempo é curto. As paisagens passam muito rapidamente. Minhas lágrimas estão sempre atualizadas. Meu sorriso, não sei. Estou imensamente triste. Abaladamente triste. Tenho vontade de rever, mas tenho um cansaço muito grande. Às vezes acho que perdi uma grande oportunidade. Engraçado... Outras vezes acho que estou ganhando o jogo. Ando cansada, com sono... Tenho sentimentos em vários dialetos. Continuo com vontade de sentar no chão e olhar a vida com paixão. Perceber o movimento louco do mundo, como as pessoas se estranham, enfim, beber cada gota de vida. Ando com saudades de mim. Essa é a verdade. Onde ando eu? Preciso viver a legitimidade dos meus desejos. Preciso libertar essa coisa que está presa dentro de mim. Não sei o que é. Mas está me arranhando por dentro. Preciso. Tem que ser agora. Não tenho mais tempo.

2 comentários:

  1. Mais um texto clariciano... então, vale a frase:

    "Não tenho tempo para mais nada, ser feliz me consome muito."

    ResponderExcluir