sexta-feira, 21 de maio de 2010


Hoje de manhã lendo o jornal fiquei muito impactada com a notícia sobre o encontro das mães americanas com os filhos detidos há dez meses em Teerã por suspeita de espionagem. A foto mostra três abraços de mães e filhos num encontro de muita saudade, amor e tristeza. Até porque eles ainda não foram libertados. Sempre me emociono quando me deparo com esse tema: mães afastadas de filhos, mães que perdem filhos tragicamente , enfim, toda essa gama de sofrimento. Enquanto lavava a louça do café imagens e histórias passeavam pela minha rica imaginação. Fiquei pensando na avó do menino Sean que está proibida de visitar o neto, nas mães que perdem os filhos pro tráfico, na preocupação de mães que não sabem onde o filho está... Nisso o telefone toca. Temos um trato aqui em casa de não atender ligação a cobrar mas como minha empregada adoeceu achei que fosse ela. Atendo. Segue o diálogo:
Alô.
(Do outro lado uma voz de homem chorando desesperado) - Mãe, eu fui assaltado! Mãe me ajuda!
-João??
-É mãe! Me ajuda!
- João? Pede pra te matar!
- Me mata! Me mata!
É claro que meu filho não se chama João, é claro que eu já estava preparada pra isso. Mas uma pessoa desprevenida identifica uma voz em desespero como de seu próprio filho. Desliguei o telefone orgulhosa de mim mas com arrepios e tremores de indignação percorrendo todo meu corpo. Senti raiva, tristeza, impotência. Num gesto de conforto pra mim mesma liguei pro celular do meu filho que tinha acabado de chegar no trabalho . Pra que? Pra ouvir sua voz e contar essa história.


6 comentários:

  1. Terèse, admiro a sua sensibilidade, também vi essa foto, é realmente uma foto que fala, bastante comovente mesmo. É bom aguçar a alma para não entorpecê-la diante do que é visto diariamente.Valeu!

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  2. É, Teresa, aqui também encontramos seriços de utilidade pública, boa dica essa de trocar nomes... que foi engraçado foi...

    O problema é ver como é sintomático, numa época de incertezas como a nossa ,vivenciar esse tipo de situação e ter coragem de não acreditar. Quando a falta de segurança é o que move infelizmente nosso Rio de Janeiro. Cadê o Estado? Como encarar situações de milícia? Cadê nossa chance de dormir com as janelas abertas e receber um simples trote perguntando se é do açougue?

    Muitos sapos... sempre sapos...

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  3. Oi amiga!

    Adorei seu blog!Você é Demaaaaaiiissss!


    ...Esta situação é surreal. Quem se sente livre é o bandido, enquanto nós, ficamos presos a uma vigilância constante... Mesmo assim, acredito que não podemos é perder a capacidade de transformar e visualizar novos caminhos para nos libertar e neutralizar ações estas.

    Bjs, Regina.

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  4. kkkkkkkkkkkkkkkkkk...joão foi ótimo!sou sua fã!!rsrrs
    aiai..ninguém merece esse teelefonemas...

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  5. OI!! Estou tentando enviar...uma mensagem
    Acho que consegui......
    Dando continuidade a mensagem que se perdeu...
    Saudações em sua nova fase blogueira.... Está sendo muito bom ter seus textos disponiveis para poder curtir.
    Valeu..bjos.

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  6. Eta, aos poucos todos seremos vítimas desses telefonemas. Bem respondeu mãe a um deles: OLha, eu moro no morro tal e acabou sendo chamada de tia ...rssssssss Já recebi tb, mas mandei o cara pra p.. q p;;;;;;;;;;;;;;

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