sábado, 29 de maio de 2010






FAXINA




Todos os dias

inspeciono os cantos

de mim

e tento limpar a poeira

Passo vassourinhas,

paninhos...

Depois dou um brilho de flanela.

Há dias em

que tenho que usar

aspirador de mágoas

que nem sempre funciona.

Entope, enguiça...

Fico tão cansada

e suada nesses momentos

Minha força se esvai

em lágrimas embaçadas

Meu corpo se ressente

e cai doente,

sinto dores imensas

Todo dia eu limpo

Sou faxineira fiel

de mim

Arrasto móveis

arrumo gavetas, desentulho outras

Hoje resolvi descansar

Hoje não limpo,

não lavo,

não aspiro...

Hoje passei na florista

encomendei uma bela

cesta de flores do campo

e mandei entregar ao universo...

A partir de hoje

não limpo, não lavo,

não faço absolutamente nada

que não seja mandar flores...

2 comentários:

  1. Tereza, estou amaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaado seu blog, seus posts, seus textos. Saudades, prima. Dalvinha

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  2. Esse é seu ,é?! Demais!!!
    Tenho um livro infantil, um dos meus prediletos, que se chama:"Teresa, mania de limpeza", que é contado em versos. Teresa limpa tudo, limpa o mundo... foi pra Roma, limpou o Coliseu, foi pra Veneza e água lá nao faltou!!!
    Quem iria saber que na minha vida a história de Teresa iria continuar!!! Se completando, de forma existencial, claro!!!
    Essa Teresa tem mania de poesia...
    Muito linda! :)

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