quinta-feira, 20 de maio de 2010

Lembranças


Adoro dias chuvosos e frios. Algo da minha memória afetiva se acende me trazendo sensações gostosas da infância. Quando criança morava numa pequena casa num bairro operário em Nova Friburgo onde fiquei até a adolescência. O cheiro da terra , quando chovia, ainda está vivo na minha lembrança. Frio, cobertores, fogão de lenha assando broa e mantendo quente o bule de café enquanto crianças recortavam revistas formatando sonhos , colando intenções em papéis espalhados na mesa da sala. Sempre que chove e faz frio a Teresa gulosa devoradora de doces e bolos aparece. Temos sérios problemas com isso. Brigamos, discutimos mas no fim chegamos a um consenso e permitimos duas carreirinhas de uma barra de chocolate. Lembro também que sempre depois da chuva as ruas ficavam tomadas por algo que até hoje me causa horror e medo: sapos gordos, imensos fechavam os caminhos. Parecia filme de terror. Como gosto dessas imagens! Tudo passou . Hoje tento usar essas recordações inventando novos sentidos no meu cotidiano. Uma xícara de café quente degustada conversando com meu filho na varanda morrendo de rir das sapequices do meu cachorro Ringo. Os sapos hoje em dia são outros. A gente pula, passa por cima e vai caminhando. Eles sempre estarão. A chuva também.

3 comentários:

  1. Agora teremos um espaço onde matar as saudades dos teus versos, das tuas crônicas e dos teu contos.

    Fico feliz minha amiga

    Naldo

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  2. É, Clarice que se cuide... Teresa está na área! É tão bom viver essas sensações com você! E abaixo aos sapos!!!

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  3. Querida Teresa!!!! Como são cativantes as suas profundas palavras, lendo-as e adimirando este seu dom tão lindo, sinto meu coração ainda mais ousado para também arriscar sempre, ultrapassando os limites de nosso próprio pensamento na dança das palavras!!! Parabéns!!!! Amei!!! Minha mãe também ficou encantada!!!!! Amamos você!!!!!

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